quinta-feira, 29 de abril de 2010

A MPB está mais rica com Diego Moraes

Cantor de Piracicaba pensou que fosse morrer cantando para gente bêbada.

É sábado de manhã na passarela Nego Quirido, no Centro da Ilha catarinense. Chuva vai e vem. O Sol parecia estar com preguiça de dar o ar da graça em Desterro. Mas quem queria mesmo aparecer para cantar e encantar era Diego Moraes. O rapaz de 23 anos, que foi vice-campeão de um reality show de música, surge cantando Garçom – sucesso na voz de Reginaldo Rossi. Nascido em Piracicaba, no interior de São Paulo, o jovem despojado, estiloso e com traços marcantes criou gosto pela música e a perceber que levava jeito para a coisa quando a família o incentivou a cantar num coral de uma igreja.

Filho do meio, de três filhos que o casal Maria Anita e José Dimas (in memorian) fizeram, Diego Moraes começou a estudar piano aos 7 anos de idade. As influências do moço formaram parte do que ele se tornou musicalmente. Dentre as tantas personalidades que o inspiraram estão sua mãe, Adriana Calcanhoto, Elis Regina, Maria Rita, Gilberto Gil, Cássia Eller, Billie Holiday, Amy Winehouse e Ray Charles. Ele mesmo considera difícil nomear as pessoas que fizeram parte de sua trajetória musical.

Muita coisa foi precoce na vida de Diego. Aos 16 anos ele começou a perceber que tinha uma voz um tanto peculiar para se cantar. Nesse vai e vem da vida, o rapaz, que logo se mostrou independente, foi morar durante dois anos no Mato Grosso. Lá ele começou a adquirir a experiência ao cantar em barzinhos. MPB era o estilo de música que cantava pelas noites de Juara. E logo aos 20 anos, ele se deu conta de que poderia viver, se sustentar com o ofício. Fazendo arte. Fazendo música.

Na conversa agradável com Diego, perguntei quem ele era antes de chegar aonde chegou. Pensativo, calmo, ele responde. “Eu era estático, preguiçoso, acomodado e pensei que fosse viver o resto da vida cantando para pessoas bêbadas”. Muito educado, ele pede desculpas por estar se sentindo meio “vazio”. Um dos primeiros lugares que Diego começou a expor o seu dom para cantar foi na Banda Vibe Jam – uma banda que tocava de Amy Winehouse a Ivete Sangalo como o próprio também comentou.

O cantor disse que estava com saudades de casa, pois há 20 dias ele havia saído em turnê pelo país e sentia falta de sua cama, seu cobertor, de fazer faxina e comprar pão na padaria do bairro em que mora, em Campinas. Sim, ele ainda leva uma vida simples como qualquer um de nós e pretende levá-la até o fim da vida.

Em 2008, o também intérprete disse que fez inscrição no mesmo reality show, mas que não havia passado. Inquieto, desafiador e provocador de si, ele queria testar. Testar a própria capacidade e até onde iria chegar com o desafio lançado. Qual o desafio? O mesmo. O de se inscrever no reality show novamente em 2009 e ser aprovado. “Eu realmente pensei que não fosse conseguir. Uma amiga minha fez a inscrição por mim. E eu fui. Confesso que não pensei que fosse chegar tão longe”, relata o 2º colocado da competição que reuniu milhões de cantores do Brasil.

O então Diego Del Vale, como era chamado antes da fama, recebeu uma injeção de ânimo. Tudo corre muito bem, obrigado. Inclusive no nome. Diego Moraes surgiu por um acaso. “O apresentador do programa me chamou assim e eu pensei: ‘esse deve ser eu’, então ficou o Moraes mesmo”, explica. Hoje, o piracicabano tenta da melhor maneira possível otimizar seu tempo entre viagens, turnês e atenção a família, amigos e fãs. Sim, os fãs fiéis que ele conquistou Brasil a fora.

Prestes a lançar o primeiro DVD da carreira, com músicas inéditas, releituras e participação especial de Paula Lima e Taís Reganelli, Diego Moraes ainda tem um sonho a realizar. “Um dia quero cantar no Montreal Jazz Festival”, confessa. Os outros sonhos que ele idealizava, os objetivos, as conquistas, dia a dia estão sendo alcançados. Como o de sair cantando por aí.

Com uma identidade forte, expressivo e dono de uma voz inconfundível o cantor acaba deixando escapar o que seria o óbvio. “Eu não queria ser outro. Queria ser eu. Nunca cheguei a lugar algum para ser mais um”, reclamou. Diego Moraes não seria uma boa referência para ser apenas mais um, ele seria sim, sem sombra de dúvidas, uma soma e uma multiplicação da música, da arte e do canto.

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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Roubado por um Beijo Bandido


Ney Matogrosso encanta público que lotou a Arena Centrosul, ontem, em Florianópolis.

Um dia 20 de abril especial. Por várias razões. Para muitos foi uma véspera de feriado ideal para começar aquela dieta que sempre é adiada, para organizar algumas coisas que estavam pendentes no escritório, para fazer faxina em casa, para rever uns amigos, para ir à praia, para um encontro casual ou para assistir ao novo show do Ney Matogrosso, na Arena Centrosul, no centro da Ilha de Santa Catarina. A plateia que esteve no espetáculo se sentiu roubada, invadida, provocada com o show Beijo Bandido. Foi uma afronta ao encontro com a excelência vocal e a presença do cantor de 68 anos de idade.


Diferente da última turnê Inclassificáveis, que trazia um Ney fantasiado, mais Secos e Molhados, mais roqueiro, mais pop, mais dançante, o show Beijo Bandido, mostrou uma versão mais provocante do cantor e mais intimista, por mais clichê que seja quando se trata de Ney Matogrosso. Quatro músicos estão no palco – Violino, Cello, piano elétrico e percussão. Eis que surge, de terno e gravata, com uma elegância incontestável o camaleão como também é conhecido o intérprete. Aquele que alguns viram ano passado, última vez que esteve em Desterro, todo fantasiado interpretando um repertório que passeava sobre coisas inclassificáveis como a mistura de raças do povo brasileiro.

Agora o repertório estava recheado de clássicos da música popular brasileira. A canção de abertura Tango para Tereza, de Altemar Dutra, deu o tom de como mais ou menos seriam os momentos de provocação (peço a licença para não chamar de show agora). A iluminação e as imagens que apareciam num telão que servia de cenário no fundo palco foram um atrativo à parte, mas nada de roubar a cena de um dos maiores intérpretes que o Brasil tem. Tudo parecia uma soma. Som super delicado, iluminação linda, cenário rico e Ney Matogrosso é igual a um espetáculo de 1 hora e 40 minutos que dá gosto de ver e rever. Ainda com direito a 4 Bis. O povo fez barulho. Ninguém queria ir embora.

Devo confessar que a música Fascinação, versão feita por Armando Louzada, que geralmente é cantada por mulheres, ficou de uma delicadeza só na voz do cantor. Recomendo que ouçam. O sucesso Não faça assim, composto por Herbert Vianna e Paula Toller, também ganhou uma versão de arrepiar. E falo como crítico e músico. Para os que tiveram a oportunidade de assistir e para os que ainda vão apreciar as interpretações do artista, repito, foi incrível e vale à pena.

No show Beijo Bandido você se sente roubado, provocado, tocado e tantos outros adjetivos que serviriam, mas não cabem aqui, para descrever o sentido real da experiência que muitos na Ilha viveram ontem.

Só mais uma coisa: tudo o que foi dito acima é uma constatação. Quando se trata de Ney Matogrosso, precisamos tomar cuidado para não sermos pretensiosos por não admitir que ele é sim um dos maiores nomes da música popular brasileira. Vida longa ao Camaleão.

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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Será que ela conversou com Caetano?

O que também aconteceu na noite de quinta-feira (4), em que a musa do pop Beyoncé passou por Desterro foi uma leve quedinha. Dizem que ela andou conversando com Caetano Veloso e aderiu a moda de cair no palco. Na verdade a diva ainda não aprendeu direito com o mestre baiano. Nem foi uma queda. Foi uma pisada no gato, digamos assim.

Veja o vídeo...

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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Gadu virou sinônimo de bom gosto


Ter bom gosto para a música é uma questão de escolha. Geralmente, por mais relativo (palavra chata!) que seja, ouvir uma boa música implica em muitas coisas. Uma delas é ouvir uma menina de 23 anos, que nasceu em São Paulo e tem uma voz inconfundível. Maria Gadu apareceu ano passado para marcar uma nova era de compositores e intérpretes de talentos inquestionáveis.

Ontem (7), o último dia do Floripa Tem – evento que acontece no verão em Florianópolis, em vários pontos da ilha e um deles na embaixada da Praia Brava, Norte da Ilha - trouxe a jovem cantora para o encerramento da temporada de 2010. Foi um pocket show regado à músicas de altíssimo nível. Quem esteve por lá pôde conferir. O que ouvimos foi a confirmação de que teremos que “aturar” por muito tempo (esperamos que sim) uma jovem que esbanja uma dávida.

Me impressionou o número de adolescentes na plateia. Fiquei contente. Será que essa nova geração está mudando os gostos musicais do “tuts tuts” para algo mais, digamos, requintado? Ou estão conciliando? O mais prazeroso ainda foi ouvir o povo gritar pela canção “Ne Me Quitte Pas”, eternizada na voz da cantora francesa Simone Langlois e pela brasileira Maysa Matarazzo, que ganhou uma nova cara com Gadu.

As releituras de “lanterna dos afogados” e “trem das onze” foram também um dos clássicos executados de forma bem moderna e particular por Maria.

Querendo ou não, a menina é um destaque. Ela quase não se mexe do banquinho em que canta, mas nem precisa. Não posso negar e muito menos poupar adjetivos para a moça e para a situação em que vivemos na tarde ensolarada de domingo. Esperamos a pequena notável e simpática pousar na ilha novamente. Como ela mesma prometeu. “A gente se vê em abril!”.

Vamos aguardar o mês de abril, então.

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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Baixou a Sasha Fierce na Ilha Catarinense


Em Desterro, na quinta-feira (4), precisamente no Parque Planeta, na SC-401, Norte da Ilha de Santa Catarina, às 22h17, com um calor de cerca de 33º, baixou a entidade Sasha Fierce – ou o alter ego da cantora, que logo gritou: “Floripa!” para dizer que estava no local. Estou falando da maior diva pop da atualidade. Beyoncé. Aquela que ganhou seis grammys, no último domingo (31), e entrou para a história como a mulher que mais recebeu o gramofone numa noite.

A moça estava possuída na Ilha da Magia para a abertura da “I am... tour” no Brasil. Com 17 minutos de atraso, a musa pop levou ao delírio cerca de 25 mil pessoas que cantaram e suaram, mas suaram a camisa para vê-la.

Os primeiros acordes do show foram um trecho de “Deja vu”. No abrir das cortinas, de repente, com um modelito dourado, glamouroso, surge ela para cantar um dos primeiros sucessos da carreira solo: “Crazy in love”. O telão, que servia de cenário e cobria o fundo do palco inteiro, foi um show à parte. Vez em quando a bela cintura da moça aparecia. Há quem diga que algumas moças ficaram com inveja. Mas tudo estava digno de um mega show internacional.

O que também ficou bastante evidente foi um dos instrumentos principais da cantora: a voz. A americana mostrou que sabe cantarolar e ter o controle total do gogó no momento em que cantou “Ave Maria”, por mais que muitos tenham achado um tanto exagerado, não a voz, mas o vestido meio “virgem” da musa soul.

Os dançarinos também deram um show nas coreografias mega sincronizadas. Cerca de 15 bailarinos interagiam com a cantora em quase todas as músicas. Em um momento Beyoncé deu uma escorregadinha, mas nada que abalace a qualidade do espetáculo. A morena se levantou e continuo cantando e dançando lindamente como se nada tivesse acontecido.

A eletrizante banda Suga Mama, composta só por mulheres, deixou alguns músicos presentes embasbacados. Porque simplesmente arrasaram. Principalmente quando cada uma mostrou os seus dotes. O trio vocal (The Mamas) lembrava muito aquelas cantoras gospel de corais americanos. Tudo altamente sincronizado e, repito, perfeito.

Um dos pontos mais altos do show foi o sucesso da atualidade da cantora, “All The Single Ladies” (Put a Ring on It). No telão, apareceram diversas pessoas fazendo a coreografia que virou mania no youtube, inclusive, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Foi contagiante. O público também tentou dançar e mexer a mãozinha como pôde.

A diva pop marcou a história de Santa Catarina e disse que estava feliz por estar no Brasil. O final estava chegando. No mega telão, surge o maior astro da música pop mundial - Michael Jackson. Os acordes de “Halo” embalou a multidão que ouviu a cantora dizer: “ele influenciou a minha carreira”. Emocionante.

Como diriam os umbandistas “canta pra subir”. O povo não queria “cantar pra subir” não, mas a entidade Sasha Fierce subiu, as cortinas se fecharam e ela terminou dizendo: “I am... Yours”.

A única coisa que todos sentiram foi os cerca de 40 minutos de show que ficaram faltando. O que foi divulgado foram duas horas e meia de apresentação, mas o povo presente olhou para o relógio e percebeu que tudo tinha acabado alguns minutos antes. Mesmo assim, valeu a pena ter esperado a maior cantora pop da atualidade sacudir Florianópolis.

São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador que preparem o terreiro, porque Sasha Fierce vai baixar.


Não brilhou

O que infelizmente não brilhou na abertura da turnê da cantora no Brasil foi a falta de segurança. Vários delitos foram cometidos, como: furto, roubo, etc. O pior de todos os casos foi o roubo de um estacionamento inteiro com alguns carros roubados. Lamentável. Daqui a pouco divulgo números.

O preço da água era o que a maioria também reclamava. Antes do show da diva custava R$ 5 (E o preço estava estampado na camiseta dos vendedores ambulantes), depois que a mulher entrou para cantar a água passou a custar a bagatela de R$ 8 (Agora com os ambulantes desfilando com a camiseta do avesso. Por que será?).

Muitos murmúrios se ouviam também sobre o chão do local. Cheio de britas e super desconfortável. Quem era mais de estatura baixa, se caísse no azar de ficar num lugar mais baixo, estaria arruinado. Não conseguia ver quase nada. Vi muitos fazendo montinho da pedra fragmentada para ficar um pouco maior. Horrível.

Também ouvi dizer que houve bafafá – lê-se baixaria, barraco, confusão, no camarote. Eu garanto que também vi gente clamando por um ar condicionado no local. Ainda bem que LHS e esposa estavam lá e viram as condições do tão falado Parque Planeta que futuramente vai se tornar um condomínio de luxo. Se bem que não sei se notaram mesmo. Enfim, eles estavam se divertindo. Dia de folga.

Deu para notar que a ilha não está tão preparada assim para receber eventos desse porte. Há muito a se fazer.

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