quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Teatro de Quinta é destaque e show de humor

Foram duas horas de muito humor e risada. Já quero começar este texto fazendo uma recomendação: Por favor, pelo amor de qualquer coisa, vá um dia, pelo menos um dia, assistir ao Teatro de Quinta (T.Q). Você não vai se arrepender e garanto: você vai se dobrar e ter dor de barriga de tanto rir; Até então eu só ouvia as pessoas falarem, comentários sobre a grandeza do espetáculo. Digo grandeza porque o negócio é de primeira, aliás, deveria se chamar “Teatro de Primeira” e não de quinta. (há há há sorria agora!). Tentei ser engraçado com este trocadilho, mas, deixa com eles que a risada é garantida: Milena Moraes, Igor Lima, Malcon Bauer e os convidados ilustríssimos, Daniel Olivetto e Renato Turnes, que fizeram dois dias de espetáculo, nos dias 8 e 9 de agosto, no Teatro Álvaro de Carvalho (TAC), na Capital.

Breve histórico do T.Q
Vamos lá... eu vou contar um pouquinho da história desse grupo: Certo dia, no primeiro semestre de 2004, o Produtor, Renato Cristofoletti (Criador e Produtor do T.Q) idealizou acerca de um grupo de teatro que se apresentasse no formato stand-up comedy – Um estilo solo de contar piadas e de encenar. O jeito “cara limpa”, sem cenários, criado no final do século XIX, nos Estados Unidos. Já no Brasil, na década de 60, quem fazia o gênero era o ator e comediante, José Vasconcelos – Pois então... Cristofoletti resolveu se reunir com o ator Paulo Vasilesco (o cara que cede o corpo para que a diva mór Zuleika Zimbábue encarne) para a idéia do Teatro de Quinta. Mas a grande questão foi: Quem serão os componentes? Bem, de acordo com fontes que sabem tudo sobre T.Q, houve uns desencontros nas reuniões do projeto. No entanto, Cristofoletti não desistiu. Continuo firme e conseguiu agrupar, André Silveira, Monica Siedler, Igor Lima, Graziela Meyer e Gilbas Piva. Pronto. Formou-se o esquadrão. A guerra começou e estreou no mesmo ano, fazendo uma apresentação que durou três horas. É mole?! A partir daí foi só sucesso.
Desde a primeira formação o único sobrevivente da guerra é Igor Lima, que botou a boca no trombone e disse - “estou aqui no T.Q por uma fatalidade. Hollywood ainda não me chamou”. É. O cara não é fraco. Todo o charme e sutileza de Milena e o talento indiscutível de Bauer, ocuparam os lugares de Piva e Silveira, em 2005. É perceptível que houve uma rotatividade no elenco desde a estreia. “É até bom que nós tenhamos uma gama flutuante no elenco. Se faltar um, ou não der para outro comparecer, a gente chama um de fora para substituição”, afirmou a atriz e produtora Milena.

Público fiel

Confesso que foi minha primeira vez com o Teatro de Quinta. Mas pude perceber que há um público fiel que não resiste às apresentações, onde quer que eles estejam, esse público comparece mesmo. “Sempre que posso, eu vou assistir. Dou ótimas gargalhadas como se fosse o meu primeiro dia com eles”, foi o que disse a estudante, Cristini Moritz. Mas realmente, até eles mesmos confessaram que há uma grande abrangência do público e uma procura também, por isso há necessidade de sempre ter personagens novos ou convidados. “Tentamos não nos limitar. Estamos inventando constantemente e procuramos inovar para que não fique cansativo para o público que já assistiu uma vez”, falou e disse o único sobrevivente Igor Lima.


Participações mais que especiais
Renato Turnes e Daniel Olivetto foram os convidados super especiais dessa curta temporada no TAC. Como sempre muito engraçados e irreverentes. Turnes, famoso ator, diretor e roteirista do premiadíssimo Ângelo, O Coveiro, deu sua contribuição no show com quatro personagens: Sinhômoça – o protagonista, meio ou totalmente gay, da nova novela das seis de uma emissora redonda; o Tuiuiú – um especial sobre a vida sexual do pássaro, contado pelo apresentador Igor Lima, que deu uma de Sérgio Chapelin; e Valéria - a apresentadora de um programa de auto-ajuda, que deixa qualquer um com auto-estima lá em cima. Já aviso que o bordão dela vai pegar: Vem viver Valéria! O ator Daniel Olivetto também deixou recado com uns personagens marcantes: a simpática pré-candidata ao Governo do Estado, Elza Furtado – que apresenta propostas tentadoras para a alta sociedade. Ela pensa bem pequeno; O professor de Psicanálise bem “equilibrado das ideias”; e um apresentador de um programa que sorteia um camarada da platéia (vivido por Malcon Bauer) em que ele conta todas as mazelas que o chifrudo, digamos assim, anda vivendo, só que através de uma canção. Olivetto é musical.

O Show

Foram 14 personagens. Não vou destacar nenhum porque seria injusto. Mas tiveram momentos marcantes. A começar pela simpática Mixirica, vivida por Milena, que tem até um Hit meio funkeado, mais ou menos assim: “Mixirica eu eu eu, êêeu eu eu...”. Com direito a remix ao vivo e tudo. Muito engraçado.

Uma alusão “assombrosa” do filme O Chamado, por Igor Lima, que necessita de coca-cola para se comunicar. O contador de poesias belas do Brasil, por Malcon Bauer, que recitou: “Stephanie, absoluta!”. Já pode imaginar, não é?! Teve também o Wellington Luiz, interpretado por Igor Lima, um fugitivo do Morro da Costeira, que invade o Teatro. O índio Moema, representado por Bauer, que vive sendo enganado.

A autêntica Xuca marcou presença. Versão mais sincera e verdadeira de uma apresentadora infantil, vivida por Igor Lima. E Maria Marta, uma compulsiva que não assume de jeito nenhum suas compulsões. No final, um magnífico número musical com os grandes vencedores do Concurso de Dança de Joinville: Os 5 Jackson. Gente, muito bom mesmo. Eu comecei a matéria recomendando e quero terminar: Não deixe de ir ver esses caras. Eles são demais. Quero agradecer a todos esses atores maravilhosos que me receberam de braços abertos: Milena Moraes, Igor Lima, Malcon Bauer, Daniel Olivetto e Renato Turnês. Também ao Gilbas, que estava por lá e ao criador disso tudo, Renato Cristofoletti. Em nome deles, também agradeço ao Café das Artes, Academia Superação, Lule Dog, Vinil Filmes e Caleidostore. É isso. Quando você ver algum anuncio sobre o Teatro de Quinta, vá, corre lá que o riso é garantido.

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